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...

por Menina ImPerfeita, Domingo, 23.03.14

Como perdoar-me? Como esquecer as minhas fraquezas, as minhas desmotivações e voltar a ter força, a determinação, a coragem que tinha antes de começar a "minha tortura académica"?

 

É que não consigo. Não consigo alterar este estado de espírito, não consigo explicar esta minha importência, não consigo explicar o porquê de ficar com má-cara ou com lágrimas nos olhos. Só quem passa por isto é que entende. Sim, existem aqueles que fazem isto à primeira, o pior é quem não faz.

 

Adorava não desiludir mais uma pessoa com este assunto, mas parece que já vou tarde.

 

É que não perimto a mim própria desistir, mas também não consigo continuar. Sinceramente, odeio estar neste limbo.

 

Força, coragem e determinação venham ao meu encontro, pff...

 

Talvez quando isto acabar, eu consiga perdoar-me a mim própria o facto de ter perdido tanto tempo nisto...

 

Talvez, quem sabe?!

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às 22:12

Dia 18

por Menina ImPerfeita, Domingo, 23.03.14

Já passou um mês. Passou e parece que não se deu por isso. Começo a julgar que os vivos dão pouco, mas mesmo pouco valor, ao tempo. Aliás, vou reformular: dão pouco valor à forma como vivem o tempo. Nós, os vivos, que estamos sempre a medir quantos minutos faltam, quantos dias restam para tal acontecimento e quando alguém morre isso muda.

No dia em que tal acontece, tenho a sensação que o mundo pára. Perde-se a noção do tempo. Só reparo que o tempo passa porque a tarde dá lugar à noite e a noite à manhã. Contudo após o funeral, parece que volta tudo ao normal para as pessoas fora do círculo intímo da pessoa falecida. Não significa que não sofram, mas a dor não é a mesma. Nunca é. Cada um vive a dor, a saudade à sua forma.

 

Já passou um mês e eu esqueci-me. Só, hoje, é que me lembrei. Será que isto faz de mim uma má sobrinha? Se calhar aos olhos de muitas beatas, sim. Será que isso significa que eu já o esqueci? Obviamente que não. Ele fez parte da minha vida, viu-me crescer. O destino quis que eu nascesse no mesmo dia que ele, dia 9 de maio. Ele dizia sempre que eu era responsável por fazê-lo mais velho. E eu ria-me, e ele também. Pode ter feito muita coisa má, fez também coisas boas, era o meu tio. Não merecia o fim que teve, aliás ninguém merece um fim como aquele.

Oficialmente, tenho dois tios, mas um não conta. Um não quer saber de mim e eu simplesmente, retribuo o amor. Na prática só tenho um. Coisas da vida.

 

O tempo, esse não importa. Quando morremos, o tempo deixa de ter importância. Deixa de importar quantos dias, quantos minutos faltam. O que não foi feito, dito, que tivesse acontecido, não é?

 

Morreu no dia 18. Este dia representa alegria e tristeza para a minha família. Foi neste dia que nasceu a minha menina (sobrinha/afilhada), mas também foi neste dia que a minha avó e tio faleceram.

 

Será que o próximo dia 18 será motivo de celebração ou de luto?

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às 21:21

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